24 de fevereiro de 2015

Random News #2

Sumi! Tenho n coisas pra postar, n ideias, n novidades mas simplesmente não consigo me organizar. Tenho umas quinze listas diferentes pra quinze atividades diferentes da minha vida (inclusive o blog) e até agora não consegui sequer vir aqui fazer um postzinho rápido. 
Muitas coisas aconteceram, minhas aulas começaram numa nova faculdade, novos horizontes, portas se abrindo e portas se fechando. 
Estou numa ebulição assustadora de nervosismo e ansiedade, misturada com um pouco de animação, mas bem pouco. Heh 
Só quero mesmo deixar registrado pra qualquer ser humano incrível que ainda venha aqui, que eu não morri e não desisti do blog. 
Só preciso de um combustível aqui (chamado antidepressivo) e já já eu volto. E vai ter post sobre a transição capilar, vai ter post sobre ufologia, vai ter post sobre faculdade e vai ter post sobre decoração. 
Aguardem e confiem, amados. <3 

29 de janeiro de 2015

Como eu lido com minha baixa autoestima.

Valfré 

Bom dia! Estava aqui fazendo piada com uma amiga minha pelo Google Talk e percebi que talvez eu devesse escrever um texto sobre meu jeito de lidar com um problema que me acompanha há anos, e que eu sei que aflige muitas pessoas tanto quanto eu: baixa autoestima
Eu luto contra esse demônio desde que me conheço por gente. Pode parecer um pouco fútil você dizer que tem problemas com isso, mas não é. A baixa autoestima, ou a falta completa dela, podem ser muito graves, e muitas vezes pode acabar levando as pessoas à depressão profunda. 
Tudo pode começar com você não estando satisfeita com a imagem que vê no espelho, e quando menos espera, se não tentar se livrar disso, começa a se odiar completamente, perde o amor próprio e não vê mais motivos para cuidar de si mesmo, da saúde, da mente. É uma reação em cadeia das mais perigosas. 
Eu fiz muita terapia, mas muita mesmo, e consegui deixar de me odiar. Mas o fantasma da insatisfação com a minha aparência nunca me abandona por completo. Tenho cicatrizes no rosto, meu cabelo em transição parece me odiar, já estive bem gordinha, e agora estando magra, fico noiada por não querer engodar novamente. Eu sei que não sou um ícone de beleza, mesmo porque não concordo com a beleza na qual as pessoas acreditam, mas sei também que não sou feia. Tenho meus atrativos, como todo mundo tem, e sei que além de tudo consigo ser interessante e engraçada. Mas o problema não é o que os outros pensam de ti, e sim o que você pensa de ti mesmo, e aí é que o bicho pega.
Como eu tenho a completa noção de que sempre haverão dias em que eu vou me achar um lixo, eu aprendi a lidar com isso, sem me abalar, sem ficar triste e buscando mudar quem eu sou. Se tem uma coisa na qual eu tenho habilidade é rir de mim mesma, e é isso que eu faço.
Tô sempre fazendo piada com a minha altura, com meu cabelo, com minha pele ruim. Sempre. Se hoje eu acordei com uma espinha enorme na cara, eu com certeza vou fazer uma piada sobre. Se meu cabelo ta ruim, eu simplesmente vou sair por aí dizendo que acabei de sair do hospício. Já que é pra ser zoado, vamos ser zoados mesmo, com orgulho e carinho.
É tipo quando você vive fazendo careta e quando faz uma cara bonita dá pra perceber o quanto você é bonito.
Eu sei que pode parecer ruim pras pessoas, mas perceba: pra mim funciona. Prefiro rir das coisas que podem me causar tristeza do que esperar que isso acabe me insultando ou me magoando. Pra mim a vida é assim, no fim é tudo uma grande piada. Só temos que aprender a lidar com ela, e rir nos momentos certos para não chorar nos momentos errados.
Não sei ao certo se consegui passar a ideia que eu estava querendo passar, mas acho que quem também passa por essas dificuldades vai entender. A ideia é simples: tente usar seus "defeitos" a seu favor, como disse o brilhante Tyrion Lannister:
"– Deixe-lhe dar um conselho, bastardo – disse Lannister. – Nunca se esqueça de quem é, porque é certo que o mundo não se esquecerá. Faça disso sua força. Assim, não poderá ser nunca a sua fraqueza. Arme-se com esta lembrança, e ela nunca poderá ser usada para magoá-lo."
Nunca, nunca se deixem abater por si mesmos, porque vocês são seus maiores aliados nessa batalha/piada chamada vida.
Um beijão. *  

27 de janeiro de 2015

642 coisas sobre as quais escrever: #292 Triângulo das Bermudas

"Diário de viagem,
creio que estejamos no 42º dia, embora tenha perdido a noção da passagem do tempo há muito. Quando zarpei da costa catarinense, eufórica por finalmente todos meus anos de trabalho terem sido recompensados e eu finalmente estar conseguindo realizar um dos maiores sonhos da minha vida, nunca imaginei o rumo que essa viagem tomaria. 
Me lembro de um dia na faculdade, quando um dos meus amigos tinha dito que seu sonho era construir um barco para viajar o mundo. Será que ele estaria orgulhoso ao me ver, tão imponente com o vento do mar no rosto? 
A tempestade nos pegou no 36º dia. O mar do caribe parecia surreal, e aquelas nuvens eram ainda mais. Não tenho ideia de como foi possível nos arrastar por tantos quilômetros, porque tenho a impressão de que estamos completamente longe de tudo. 
Na verdade não sinto que continuo no mesmo planeta, ou na mesma época em que estava antes. Tudo aqui é envolto em brumas, o ar é inebriante, é tudo bonito e aterrorizante. O sol que brilha velado não parece ser o mesmo que nos aquecia no inverno e nos irritava no verão. Não chove, não há estrelas, apenas um brilho fantasmagórico que difere um pouco apenas do tom dourado do que eu acredito ser o dia. 
Estamos sozinhos, apesar de sentirmos sempre presenças estranhas, principalmente durante nossas horas de sono, que acabaram por se tonar longas demais. Sei que há animais na água, vejo criaturas bioluminescentes, minúsculas. Também sinto a água ser perturbada por seres enormes e calmos, que parecem ter saído de um catálogo de animais há muito extintos. 
Sinto que aqui eu serei para sempre jovem, meu corpo não envelhecerá, meus sentimentos não morrerão. Mas tenho a noção de que nossa água e comida são finitos, a morte acabará por vir, de forma dolorosa e assustadora, a não ser que estejamos sendo alimentados de alguma forma estranha, apenas com energia, já que não temos sentido muitas necessidades comuns, como fome e sede. 
Talvez já estejamos mortos, ao menos para o mundo lá fora, se é que há algo lá fora. Às vezes tenho a impressão de ver vultos de barcos e navios, alguns antigos, outros modernos, alguns de formas que eu nunca imaginei serem possíveis. Eles passam no horizonte, fantasmagóricos, tristes, tanto que tenho a impressão de que logo começarão a tocar uma música fúnebre, ou alguém soltará um triste grito de angústia. 
Mas tudo aqui é silêncio. Um viciante, belo e enlouquecedor silêncio."

Gente, eu achei que ia conseguir fazer esse projeto toda semana. Como sou ingênua. Mas de qualquer forma aqui estamos com mais um "642 coisas". Eu simplesmente amei esse tema (tudo a ver comigo), que pedia pra escrever sobre uma viagem inesperada ao Triângulo das Bermudas, e foi muito gostoso escrever. Fluiu bem melhor do que o primeiro texto, mas ficou meio mórbido, né? 
Mesmo assim amei. 
Tomara que o próximo também seja tão animador. <3 

 
Flying Saucer