- Assim como?
- Sei lá, estranha.
Sabe o que é? Ninguém nunca
assume a própria estranheza. Eu posso parecer estranha pra maioria das pessoas,
mas adivinha só: todo mundo é estranho pra mim, até mais.
Querendo ou não já
tomei muita decisão nessa vida, e, querendo ou não, a maioria das decisões é
baseada em algo que aprendemos com outras pessoas.
- Talvez eu devesse
arranjar um estágio, talvez eu devesse aprender a ter minhas próprias coisas.
Passei anos da minha
juventude aprendendo a lidar com pessoas, e no fim tudo que eu aprendi foi a
não lidar com elas. E no fim é isso, o segredo é esse. Para pessoas como eu, a
melhor arma é a indiferença.
Às vezes eu tenho medo
da indiferença. É claro que indiferença vinda das pessoas que você ama é ruim,
mas não é disso que eu to falando. Eu tenho medo da minha indiferença.
Já me peguei falando
coisas horríveis sem pensar, e o remorso que vinha depois não era nem incomodo.
O negócio é que eu não
quero perder 100% da empatia pelo mundo. Ainda quero ter a habilidade de
conversar e fazer amizades, quero me importar e ser boa e quero mudar o mundo. Mas
quem eu quero enganar? Não quero mudar o mundo pra ninguém, bom talvez pros
meus primos pequenos poderem viver num lugar melhor, mas quero mesmo é mudar o
mundo pra mim, porque estou injuriada de viver nesse tipo de lugar.
E sabe do que mais? Esse
tipo de egoísmo não é ruim. Se todo mundo quiser mudar o mundo, mesmo que seja
por motivos pessoais, talvez o mundo realmente mudasse pra melhor. (mundo,
mundo, mundo)
Acho que nós devíamos nos
preocupar mais com nossas próprias vidas, e deixar que os outros vivam em paz
da forma deles. Ultimamente todo mundo fica levantando a bandeira de outras
pessoas, mas vocês já pararam pra pensar que se a gente cuidasse melhor do próprio
umbigo, existiria menos ódio, preconceito, violência e blá?
Se o homofóbico se
preocupasse mais com a própria família, não ia ligar pra com quem o vizinho
está casando ou não. Se o racista se preocupasse mais com seus riscos de
contrair câncer de pele, não ia encher os pacová do negão de tirar o chapéu. Se
o machista se preocupasse mais com o próprio pênis, não ia encher a paciência da
mulherada.
Eu prego o egoísmo sustentável,
é isso que eu prego. Se você quer ajudar o próximo só pra se sentir melhor
consigo mesmo: faça. Pelo menos você está fazendo algo. Vá em frente.
Chega de putaria,
gente. Ninguém é perfeito, mas sempre pode melhorar, e nem importa como, desde
que melhore.
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